O retorno do Pantera

O retorno do Pantera

Por Elias Scopel Liebl

A tempos uma possível reunião do Pantera vinha sendo cogitada, e durante a semana tivemos a notícia oficial, “O Retorno do Pantera”. A polêmica é grande entorno dessa reunião, vários fatores devem ser levados em consideração e dependendo do ponto de vista ela torna-se algo aceitável ou não. Sendo assim, o retorno é válido?

Como diria um professor meu da faculdade, a resposta sempre é, “depende”. Para entendermos um pouco sobre o assunto irei traçar um breve histórico sobre a banda. No início dos anos 80 os irmãos Darrell Lance Abbott e Vicent Paul Abbott junto com o baixista Rex Brown e o vocalista Terry Glaze gravaram três discos que misturavam sonoridade hard rock e glam metal. Os discos gravados foram “Metal Magic” em 1983, “Projects In The jungle” em 1984 e “I Am The Night” em 1985, no ano de 1986, Terry foi expulso do grupo. Em 1988, com o novo vocalista Phil Anselmo gravaram mais um disco no estilo, o álbum “Power Metal”. Todos esses 4 discos foram baseados nos ídolos do grupo: Kiss, Judas Priest e Van Halen.

A virada dos anos 90 trouxe um novo Pantera, totalmente diferente da fase farofa, agora eles eram uma potência sonora, e logo se tornariam a grande banda do momento. O disco “Cowboys From Hell” lançado em 1990 trazendo um thrash metal groovado que mudaria o cenário musical dos anos 90, acredito que o Pantera e o Sepultura tenham sido um dos grandes alicerces desse movimento. A pressão sonora virou parte do grupo, tanto nas composições das músicas, letras e estilo de vida, basta ouvir o disco seguinte, “Vulgar Display Of Power” de 1992, um soco na cara, a capa mostra por si só. Em 1994, “Far Beyond Driven” atingiu o topo das paradas, até então liderado pelo Metallica.

Assim como nossos conterrâneos, Sepultura e até mesmo o Angra, o fim de uma era de ouro estava prestes a desmoronar. Em 1996, “The Great Southern Trendkill” extrapola o nível do peso musical, o mesmo peso que o vocalista enfrentava, esse desgaste metal, físico, overdose, etc… fez com que atritos internos fossem inevitáveis. Apesar da turbulência o grupo ainda gravou em 2000 um último disco, “Reinventing The Steel”, no próximo ano o grupo se dissolveria.

Um final triste, seguido por mais tragédias a diante. Cada um seguiu seu rumo, os irmãos Abbott formaram o Damageplan, Phil Anselmo junto com Rex Brown deram sequência a vários projetos, Down seria um dos primeiros logo após a finalização do Pantera. Durante essa época em entrevistas os membros trocavam farpas constantemente, algumas muito infelizes. Em 2004 há quem diga que uma ameaça de Phil durante uma entrevista foi o estopim para um maluco assassinar o guitarrista Dimebag Darrell durante um show do Damageplan, há controvérsias. Em 2018 seu irmão Vinnie Paul também falece. Um final sinistro para os músicos e o legado do Pantera. Anos após o fatídico final do grupo e os irmãos Abbott, eis que surge a notícia da volta do Pantera, além de Phil Anselmo e Rex Brown a formação fecha com os amigos de longa data do grupo: na guitarra o lendário Zakk Wylde (Ozzy Osbourne, Black Label Society…) e na bateria Charlie Benante (Anthrax..). Para muitos fãs essa volta é um erro, para outro não.

Acredito que a volta seja uma celebração do nome Pantera, do ponto de vista e analisando a perspectiva pela força dos irmãos no grupo, fica uma volta estranha, pensando por outro lado, não é algo tão condenável assim, pois os outros músicos apesar de toda polêmica, ainda são membros fundadores da fase de ouro. Querendo ou não o grupo está de volta, emoções a parte, nos resta celebrar o bom e velho Pantera. E ai, o que você acha dessa volta? Deguste Rock na Mira!

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