United Forces: Hammerfall & Helloween – São Paulo 08/10/2022
Por Leandro Duarte
Em uma noite mágica para os amantes do Heavy Metal, a tour conjunta entre os suecos do Hammerfall e os alemães do Helloween, batizada de United Forces, desembarcou no Brasil (leia-se São Paulo) nessa primeira semana de outubro de 2022. Foram três shows ao todo. Um na cidade de Ribeirão Preto (SP) no dia 06/10 e outros dois na capital paulista, no Espaço Unimed, nos dias 08 e 09/10. Os shows haviam sido anunciados em fevereiro desse ano. Este que vos escreve comprou seu ingresso tão logo o show foi anunciado, tamanha era a vontade de ver o Helloween ao vivo pela primeira vez. Os ingressos para o show do dia 08/10 já estavam inclusive esgotados há alguns meses.
Hammerfall
Como tem sido durante a tour mundial, a banda liderada pelo carismático vocalista Joacim Cans foi a responsável pela abertura dos shows. O show foi curto, em torno de 60 minutos apenas, mas muito empolgante. Anunciado para às 20:00, a banda só subiu ao palco às 20:30. O público, já ansioso, aguardava pacientemente entre uma cerveja e outra. A banda aproveita para divulgar o seu último trabalho, Hammer of Dawn, lançado esse ano. A faixa Brotherhood, primeira desse novo trabalho, foi a escolhida para abrir o show do grupo.
Já desde o início o Hammerfall mostrou a que veio, com uma apresentação pra lá de eletrizante. Após a terceira faixa, Cans conversou um pouco com público, dizendo que estava com saudades do país, o que fez o público reagir de imediato, como se todos concordassem com o vocalista. Em seguida, ele falou sobre o disco novo e anunciou a faixa seguinte, Hammer of Dawn, tirada desse novo trabalho. Pouco tempo depois tivemos um medley formado por faixas extraídas do álbum Crimson Thunder (2002). A banda mostrou todo o seu talento nesse momento, pois é impressionante a afinação e sincronicidade dos músicos. Tudo extremamente bem tocado e bem conduzido pelo competentíssimo quinteto formado por Joacim Cains (voz), Oscar Dronjak (guitarra), Pontus Norgren (guitarra), Fredrik Larsson (baixo) e David Wallin (bateria).
Logo em seguida, Cans mais uma vez conversou com o público, perguntando aos presentes quem estava os vendo pela primeira vez e depois, quem já os havia visto anteriormente. Segundo suas “contas”, algo em torno de 50% para cada lado.
A empolgante Let the Hammer Fall foi a faixa tocada logo em seguida. A banda contou nessa faixa com a “ajuda” do público, tamanho era o coro do público no meio da faixa. Com a partida ganha e a torcida jogando junto, Joacim Cans apresenta seus companheiros de banda e mostra uma bandeira do Brasil, o que fez uma boa parte do público ir ao delírio.
Ao final da última música, Hearts on Fire, Cans agradece efusivamente ao público e pede muitos aplausos para a atração principal da noite pois, segundo ele, não haveria Hammerfall sem Helloween.
Setlist
- Brotherhood
- Any Means Necessary
- The Metal Age
- Hammer of Dawn
- Renegade
- Last Man Standing
- Hero’s Return / On the Edge of Honour / Riders of the Storm / Crimson Thunder
- Let the Hammer Fall
- (We Make) Sweden Rock
- Hammer High
- Hearts on Fire
Helloween
Pontualmente às 22:00, 30 minutos após o encerramento do show de abertura, eis que surge a razão da maioria dos presentes estarem ali. Nesse momento, os telões exibiam uma arte inspirada nos discos Keeper of the Seven Keys Part I (1987) e Helloween (2021) ao som de Orbit, faixa instrumental do último trabalho do grupo. Michael Kiske (voz) e Kai Hansen (guitarra e voz) que retornaram à banda inicialmente para a turnê Pumpkins United (2017), juntamente com Andi Deris (voz), Michael Weikath (guitarra), Sascha Gerstner (guitarra), Markus Grosskopf (baixo) e Dani Löble (bateria) subiram ao palco aplaudidíssimo pelo público, que já sabia o que esperar do show.
Um septeto muito afiado, bem ensaiado e competentíssimo. Não foi só o público que ganhou com essa reunião. A própria banda hoje soa melhor e mais bem encaixada do que nunca. Shows mais cheios, fãs felizes, críticos musicais cheios de elogios e muitas datas na tour mundial.
Parecendo emergir das entranhas de um canteiro de abóboras, Kai Hanse, a lenda alemão do Power Metal, um dos responsáveis pela criação da banda, surge com sua guitarra em V, seguido de perto por Markus Grosskopf no baixo. A banda completa está no lugar quando Michael Kiske emerge do palco à esquerda em sua jaqueta de motoqueiro de couro vermelho brilhante, enquanto seu alter ego, Andi Deris, aparece à direita, nos atraindo com o seu bom humor e carisma contagiantes. A positividade que emana desses músicos enche o palco e todo o local, e seria difícil alguém não participar da diversão.
Michael Weikath e Sascha Gerstner nas guitarras não ficam atrás no que diz respeito ao envolvimento, assim como Dani Löble que, do alto de sua bateria travestida de abóbora diabólica, dá toda a sua força as ritmos frenéticos que se desenrolam em seu instrumento. Markus Grosskopf, com seu baixo azeitado, e carisma nas alturas, completa a cozinha do grupo.
Ao longo da performance, muito rítmica, perfeitamente encenada, mas ao mesmo tempo oferecida com uma sinceridade muito agradável, cria-se uma interação real com o público, formado por grande parte de uma base de fãs sólida e transgeracional, e os membros do Helloween hoje nos mostram toda a extensão de sua discografia, seu talento e sua capacidade e se reinventar.
Skyfall, faixa do último trabalho de estúdio do grupo, foi a escolhida para abrir os trabalhos. Kiske, Deris e Hansen dividem os vocais nessa música e já mostram a quê vieram. Faixa poderosa cantada a plenos pulmões por um público empolgado.
Os telões foram um capítulo à parte: eram exibidas artes em vídeo relativas a cada música executada. Além disso, todo o palco podia mudar de cor, assim como foi na faixa seguinte, a poderosa Eagle Fly Free, que ganhou iluminação e contornos vermelhos, além de uma chuva de papel picado. Mass Pollution, faixa mais hard rock do último disco, foi a escolhida para ser executada na sequência. É interessantíssimo notar como que o público recebeu bem as faixas novas, tratando-as tão bem quanto as músicas clássicas.
No meio do show temos um medley sensacional composto por faixas do primeiro disco, Walls of Jericho (1985) assim como foi na Pumpkins United Tour. Dessa vez, as escolhidas foram Metal Invaders / Victim of Fate / Gorgar / Ride the Sky / Heavy Metal (Is the Law). Não houve quem cantasse e, em alguns momentos, até um pequeno mosh se abriu em algumas partes da pista comum. Kai Hansen mostra todo o seu talento e carisma e lidera a banda durante essas faixas.
O set list também ofereceu passagens mais calmas e até melancólicas, como na balada Forever and One (Neverland), além de faixas mais rápidas e bem Heavy Metal, como Future World e Power. Mas de uma ponta à outra, a imersão na performance permanece total.
Os virtuosos alemães também nos deliciam com a execução de Best Time, vinda diretamente do último disco. Essa é uma faixa muito melódica, com um instrumental rico e profundo e linhas vocais muito fluidas, evocando a esperança do amanhã e a capacidade de se reinventar e aprender com os fracassos do passado.
Novamente em Perfect Gentleman, como já parece ser uma tradição, Andi Deris aparece com cartola, bengala e paletó brilhante, emulando o que seria um cavalheiro perfeito. Música divertida e que arrancou sorrisos da plateia.
A longa e épica faixa Keeper of the Seven Keys, a penúltima a ser executada, tem um significado todo especial pra mim. Disparada a minha música favorita da banda. Confesso que quase caí em lágrimas pelo prazer de cantar essa música em um show da banda pela primeira vez. A incrível canção, que trata da luta do bem contra o mal, aonde nossa existência está ameaçada por Lúcifer, ganha contornos sonoros incríveis, com uma melodia forte e intensas variações de tempo. Simplesmente emocionante.
Após quase 10 minutos de um inexplicável intervalo, a banda ressurge para o último ato, com a emblemática I want Out, num deboche de potência vocal e riffs cativantes, deixado o público superanimado e satisfeito.
Uma noite perfeitamente conduzida, da competência técnica sueca do Hammerfall aos pioneiros do Power/Speed Metal alemão do Helloween. O público brasileiro mais uma vez mostrou que o Heavy Metal é mais popular do que nunca por aqui. Sucesso total!
Setlist
- Skyfall
- Eagle Fly Free
- Mass Pollution
- Future World
- Power
- Save Us
- Metal Invaders / Victim of Fate / Gorgar / Ride the Sky / Heavy Metal (Is the Law)
- Forever and One (Neverland)
- Solo de guitarra de Sascha Gerstner
- Best Time
- Dr. Stein
- How Many Tears
- Perfect Gentleman
- Keeper of the Seven Keys
- I Want Out
2 comentários
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