Iron Maiden, 30 anos com medo da escuridão

Iron Maiden, 30 anos com medo da escuridão

Por Elias Scopel Liebl

O grupo inglês, Iron Maiden, tem um contato muito íntimo com os fãs brasileiros já a partir do início dos anos 80, mas a relação firma-se de fato em 1985, com a participação da banda no Rock In Rio I, na turnê do disco Powerslave. Dos 17 álbuns de estúdio, escolho o nono, Fear Of The Dark, para degustarmos esta semana, aliás completando 30 anos.

O lançamento ocorreu em 1992, e foi o último desta fase gravado com vocalista Bruce Dickinson, que depois voltaria, em 1999. Foi também o primeiro disco produzido pelo líder e baixista Steve Harris e o último do qual participou o produtor Martin Birch. Aqui temos canções um pouco fora do habitual, assim como no disco No Prayer For The Dying, os assuntos são aleatórios, vagando entre política e atualidades da época. Abrindo com “Be Quick Or Be Dead” uma das mais rápidas do grupo, também foi usada na turnê para abrir os shows. Temos também “Wasting Love”, a única “balada” (canção um pouco mais lenta e melodiosa) composta até hoje pela banda – aliás um sucesso nas rádios e na MTV, apesar de alguns “admiradores” torcerem o nariz.

Músicas como “Fear Of The Dark”, “From Here To Eternity” e Afraid To Shoot Strangers” tiveram ótima aceitação na turnê, que também passou pelo Brasil na época. “Fear Of The Dark” até hoje é executada nos espetáculos. “Fear Is The Key” fala sobre a Aids, assunto pouco discutido até começar a causar morte de artistas famosos, entre eles Freddie Mercury. A canção “Weekend Warrior” trata de futebol e da violência das torcidas. “Childhood’s End” comenta sobre o maltratado meio ambiente em que vivemos, “Judas Be My Guide” tem um refrão espetacular, e as demais canções se mantêm no nível Maiden.

A capa foi feita por Melvyn Grant e é a primeira não desenhada por Derek Riggs. As fotos do encarte são muito legais, lembro de contemplar por horas aquele cenário nas ruinas de um castelo. Na pausa da turnê, Bruce anunciou à banda que não faria mais parte do time após o final da digressão, isso deixou o restante do grupo desconfortável, pois faziam shows sabendo que logo seu front man não estaria mais com eles.

A turnê resultou em discos ao vivo: A Real Live One e Live At Donington e o lendário show de despedida, lançado na época em VHS, Raising Hell, onde há a participação do mágico/ilusionista, Simon Drake. Em 1995 foi lançado uma leva de cd’s bônus, na qual o Fear Of The Dark foi contemplado com sete músicas, aliás um discaço, são três ao vivo do álbum No Prayer For The Dying e quatro mais despojadas: Nodding Donkey Blues, Space Station No.5 cover do grupo Montrose, Roll Over Vic Vella e I Can’t See My Feeling da banda Budgie.

No geral, o disco teve melhor aceitação que o seu antecessor, e as críticas foram das mais variáveis possíveis. Acredito que Fear Of The Dark tenha sido o disco que marca uma nova etapa no grupo inglês, um divisor de águas, uma nova forma que compor foi criada a partir do disco The X Factor. O álbum todo é muito interessante e, pode confiar, vale a pena ser ouvido. Enquanto isso, aprecie esse material sem moderação – mesmo que você tenha “medo da escuridão”. Deguste Rock na Mira do Rock!

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