Uma retrospectiva pessoal de 2022

Uma retrospectiva pessoal de 2022

Por Eduardo Cadore

Fim de ano é uma época propícia e estimulada de se olhar para trás e ver o que foi ou não feito.

Este foi o primeiro ano de uma tentativa de volta a uma normalidade conhecida, após 2020 e 2021 com o auge da pandemia. Dentre tantas perdas imensuráveis de vidas, empregos, saúde, etc., também a cultura perdeu espaço, com a sociedade tentando sobreviver. Os shows, cancelados ou adiados indefinidamente.

Felizmente, ainda que rodeados pelas variantes, 2022 marcou-me pelo retorno dos shows. Foram tantos que eu imaginava que não seria possível tão agora.

Dentre momentos esperados ansiosamente, como os shows adiados do Kiss e Metallica, até gratas surpresas como shows do Angra e Ira!, meu ano foi também marcado pelo renascimento da cena local e regional, com as bandas voltando aos bares, alguns festivais aqui e acolá acontecendo. Não sem a emoção de estar frente aos palcos sem alguns amigos queridos que se foram, mas com a esperança e gratidão de ter resistido.

Em abril foi a oportunidade de ver, pela 2° e provavelmente última vez, a banda Kiss. Minha primeira camiseta de banda, lá no início da adolescência, foi do Kiss, com a letra de Creatures of the Night nas costas. Em 2012, foi a primeira vez, e em 2022 pude me despedir dessa que é uma das maiores bandas de todos os tempos, doa a quem doer. E os caras entregaram mais do que se poderia esperar de senhores com mais de 60 e 70 anos. Não é mais como antigamente? Claro que não, mas a energia e o espírito Rock & Roll estava lá na Arena do Grêmio, em Porto Alegre.

Poucos dias depois, o aguardado retorno do Metallica, já em maio. Da última passagem por terras gaúchas, não tive como comparecer. Desta feita, com ingresso guardado e após dois adiamentos, pude sentir porque a banda é realmente uma das maiores do mundo, talvez a maior em atividade. Que show, senhoras e senhores! Um set list superior ao que eu esperava (achei que morreria sem ver ao vivo “Harvester of Sorrow” e “Blackened”, ambas do meu disco favorito dos anos 80 da banda). Também marcou poder ter ficado perto do palco e próximo desse quarteto lendário que marca os muitos DVDs que tenho no quarto.

Uma pausa de um pouco mais de um mês e estávamos novamente em Porto Alegre para conferir o novo show do Angra, tocando na íntegra “Rebirth” (2001), álbum que marcou a vida de todo curtidor de Power metal dos anos 2000. É verdade que são outros tempos, outra formação, mas inquestionável o prazer e satisfação de ouvir o disco na íntegra executado com tanto esmero pelo grupo brasileiro/italiano. Também marcou a volta ao Bar Opinião, que já há 4 anos não visitava e é inegavelmente o verdadeiro palco do Heavy Metal da capital. Ouvir clássicos como “Nova Era”, “Millenium Sun”, “Running Alone”, dentre tantas outras, foi sem preço.

Aproveitando uma visita à capital a trabalho, fiquei sabendo no mesmo dia de uma apresentação da banda Ira!, na turnê de 40 anos, e não perdi a oportunidade de ver esses dinossauros do rock nacional. Uma grata surpresa, já que apesar de conhecer algumas músicas, nunca havia adentrado na trajetória da banda, quiçá visto um show. E o Araújo Viana ficou pequeno para tanta empolgação do público e da banda, que entre uma balada romântica e outra, descia o pau com seu Rock característico e carisma no auge.

Vale a menção aos festivais locais e eventos de motociclistas e carros antigos por toda a região noroeste. estive acompanhando em cidades como Santo Ângelo, Cerro Largo, Roque Gonzales e Santa Rosa. E por falar desta, que cena rica de eventos e bares Santa Rosa oferece. Sem dúvidas a mais ativa no momento em toda essa região. Não à toa, além de vários festivais e shows isolados na cidade, finalizei 2022 com os eventos da Peixes Voadores com Beto Bruno (vocalista da Cachorro Grande) numa sexta, e mais um show do Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawaii) no sábado.

Menciono também o retorno ao centro do Estado, com um fim de semana muito legal em Santa Maria, em que revisitamos o Moto Garage Botequim (sempre dou uma passada por esse bar temático Rock e Motociclista) e o show Bruno Sutter executa Iron Maiden. Sutter, que é muito mais que o intérprete do Detonator (Massacration), mostrou ao executar duas dezenas de músicas do Maiden, porque regularmente é escolhido o melhor ou um dos melhores vocalistas do Metal do país.

Ufa! Fazer esse panorama só reforça a sensação de que 2022 foi muito proveitoso, especialmente após dois anos em casa. Que 2023 só traga mais eventos, menos doenças e cepas, para que possamos nos reerguer mais e mais, com muitos shows e eventos para nosso público. A primeira parada já será em fevereiro, na nova edição do Na Mira do Rock em Frederico Westphalen, alguns dias depois Paul Di’anno (Iron Maiden) em Porto Alegre e em abril Bruce Dickinson (Iron Maiden) cantando Deep Purple na capital. E isso é só o começo! Um ótimo 2023 a todos!

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