Discos e artistas que marcaram nossos colaboradores Na Mira do Rock! (Parte 2)
Em alusão ao Dia Mundial do Rock que já é amanhã, dia 13, mais colaboradores do nosso site fizeram seus comentários a respeito de discos que tiveram uma certa influência em suas vidas. Confira!
Talking Heads – Luis Fernando R. Borges (Coxa)
Eu não saberia dizer qual foi o meu disco mais marcante ou que mais me influenciou – e muito menos no quê… Mas sei dizer o que mais ouvi na vida. E eu devo ser a única pessoa no mundo que tem esse disco como o mais ouvido. É o segundo álbum dos Talking Heads, o “More Songs About Buildings and Food”, de 1978. Comprei em fita cassete, naqueles balaios de saldos, em fins de 1992. Em pleno auge do grunge, parecia algo bem mais atual do que os lançamentos de então. Tanto que causou estranhamento aos meus ouvidos adolescentes. As primeiras audições foram pra ver se eu permaneceria com o álbum ou o utilizaria como fita virgem para gravações de músicas tocadas no rádio ou de algum outro disco. Quando eu me dei por conta, já estava viciado. Durante quase duas décadas, eu não conseguia ficar uma semana sem ao menos uma vez colocar aquela fita pra rodar no toca-fitas. Muito tempo depois, eu adquiri a versão em vinil, quando eu já não ouvia mais tanto aquele disco. E ainda tenho a fita, que ainda funciona, tendo resistido bravamente às minhas audições, sem furar, rasgar ou descolorir.
Curioso é que esse disco não tem nenhum hit da banda. E não é sequer o meu disco preferido deles. Está em um modesto segundo lugar. O melhor, pra mim, é disparado o “Remain in Light”, quarto disco dos Talking Heads, de 1980, que marcou uma expansão da sonoridade da banda e deu início ao surgimento de projetos paralelos de seus integrantes. Um deles é o Tom Tom Club, iniciativa da cozinha/casal dos Talking Heads, a baixista Tina Weymouth e o baterista Chris Frantz, cujo primeiro disco, de 1981, é o que eu mais tenho ouvido atualmente. Mas essa já é outra história. Fica para outro texto.
Sepultura – Leandro Duarte
Em 1996 o jovem Leandro tinha apenas 17 anos.
Foi nesse ano que ele teve contato com um dos maiores álbuns de todos os tempos do metal nacional, o Roots, do Sepultura. Leandro já tinha ouvido falar da banda diversas vezes, mas nunca havia dado atenção ao som de seus conterrâneos belorizontinos. Naquela época não havia Internet para todos como temos hoje, o que dificultava o acesso das pessoas a bandas e estilos musicais que não fossem os exclusivamente divulgados pelas rádios e TV.
Leandro ficou impressionado com o vigor, peso e energia daquelas músicas. Pancadas como Cut-Throat, Attitude, Born Stubborn e Roots Bloody Roots foram essenciais para dar uma guinada no que aquele rapaz ouvia, naquela época. Além disso, Leandro pensava na banda sempre com muito orgulho, devido ao fato deles também serem de BH. Infelizmente, ainda no mesmo ano, houve a saída de Max Cavalera do Sepultura e as coisas tomaram outra direção, Mas isso é papo para um outro texto. Por hora, cito esse com um dos discos fundamentais para minha formação musical.
Cólera – Márcio Rockissimo
Em 1985, aos 11 anos de idade, fui ao meu primeiro show de rock: um festival no Gigantinho. Eram várias bandas, mas lembro que fui pra ver Replicantes: a banda que fez valer a pena comprar a coletânea Rock Grande do Sul. O show foi maravilhoso. Alguns dias depois, comprei o disco e fiquei mais fã: O Futuro é Vórtex.
Anos mais tarde, já morando no interior, comprei Histórias de Sexo e Violência, segundo disco dos caras. Uma pancada só. Lado A e lado B competindo pra me conquistar. Ambos venceram.
Eis que, algum tempo depois, ouvi uma fita K7 que começava com uma batida nos tambores da bateria e uma voz “implorando” para ser ouvida: “Às vezes tenho medo… Às vezes sinto minha mão presa pelo ar…”. Um grande brother me apresentou o Cólera e seu gigantesco Pela Paz em Todo o Mundo. Dias mais tarde, o LP chegava pelos Correios. Capa linda, com o nome do disco em vários idiomas, encarte com as letras em português e inglês (tendência das bandas à época), a Declaração Universal dos Direitos Humanos em gatefold e o “Registro Arqueológico sobre o Século XX” que se encerrava com a frase: “Quanto à terceira guerra mundial, eu não sei, mas a quarta será feita de paus e pedras “. Entendi a mensagem, abracei o movimento, ouvia Cólera no Corcel 73 do meu pai, apresentava o disco pros chegados, comprei camisetas… Somos Vivos, Não Fome, Direitos Humanos, Vivo na Cidade… Poderia desenvolver um artigo científico tratando da importância desse disco pra minha vida e pra história do Punk Rock Nacional e Mundial.
Sou fã incondicional de Replicantes e Cólera. Mas… Replicantes vacilou, ao meu ver em alguns discos; Cólera, nunca!
Então meus discos favoritos são dois, mas Pela Paz em Todo o Mundo ganha com alguma folga. Em dezembro, completo 50 anos (!!!!) e o Cólera fará parte da festa. Máximo Respeito!
Rob Zombie – Diogo Guerini
Deixando de lado aqui os clichês que mudaram a vida musical da grande maioria dos rockers do mundo como Nevermind, Appetitte for Destruction, Back in Black, Black Album, Paranoid entre outros, eu preciso aqui mencionar um disco de 1998, que foi um ano que comecei de fato me envolver com bandas de rock aqui e ali, descobrindo essa arte de reproduzir canções, estilos, vibrações poderosas que chamamos de música. Hellbilly Deluxe do Rob Zombie foi um grande responsável por abrir minha mentalidade sobre estilo musical, interpretação e ambientação dentro do rock, por isso deixo aqui minha singela lembrança a esse inigualável artista e sua grandiosa arte! Esse disco é algo que você ouve a música e assiste o filme na sua mente… é uma experiência incrível!