DISCOS INJUSTIÇADOS I

DISCOS INJUSTIÇADOS I

Por Elias Scopel Liebl

Feita de altos e baixos, a música sempre proporcionou às pessoas boas emoções, e por mais que o artista seja consagrado sempre há um “escorregão”. Muitas vezes com a intenção de inovar, a mídia e fãs mais céticos acabam não perdoando tal mudança. Partindo desse pressuposto, o disco tão injustiçado já foi amado por muitas pessoas inclusive pelos seus idealizadores. Quem nunca gostou de um disco a que ninguém dá a mínima? A intenção essa semana é mostrar alguns álbuns “injustiçados” pela massa. Obviamente não é uma verdade absoluta e muitos irão discordar (eu sou um). Cada um com sua opinião!

Bruce Dickinson – Skunkworks (1996)

A carreira solo de Bruce Dickinson (na época ex-vocalista do Iron Maiden) deu um nó no disco Skunkworks em 1996. Seus dois álbuns anteriores calcados no Hard Rock tiveram aceitação apenas razoável, pois a crítica não entendeu a proposta diferente do Iron Maiden e Samson – mas essa era justamente a ideia de Bruce, mudar, sair da zona de conforto. Ousando ainda mais, ele grava Skunkworks, álbum que deixou os fãs de modo geral ainda mais insatisfeitos, pois o disco era bem diferente, com pitadas modernas, alternativas e até grunge. O novo material é bastante diversificado, longe de ser ruim. Aliás, garanto que é um ótimo disco e que deve ser degustado com atenção. Ouça “Space Race”, “Inertia”, “Faith” e “Headswitch”. Os discos subsequentes são outra história e, novamente, Bruce não se acomoda, e muda para melhor. Fazendo uma análise rápida, acredito que Skunkworks é a transição perfeita entre os dois primeiros e o três últimos discos da carreira de Bruce.

Black Sabbath – Born Again (1983)

Em 1983, durante a mixagem do disco “Live Evil”, o tempo fecha entre os membros do Black Sabbath. Ronnie James Dio e Tony Iommi não se entendem e Dio deixa a banda. Iommi rapidamente pensa em um substituto à altura e, entre vários nomes, surge Ian Gillan, o famoso front man do Deep Purple. Na ânsia de um novo material surge Born Again, na minha opinião um dos melhores, por ser altamente espontâneo, obscuro e pesado. Quando foi lançado, Born Again surpreendeu pela energia sombria, com destaque para Ian e Iommi nas canções “Zero The Hero”, “Digital Bitch”, “Thrashed”, “Keep It Warm” e “Born Again”. A capa sofreu várias críticas por conter um bebê com chifres, polêmica para época. Dentro da extensa discografia do grupo, este disco é muito pouco valorizado. Tire a dúvida ouvindo, você vai se surpreender. 

Metallica – Load (1996)

Load é o sexto disco do Metallica. Diferente dos seus antecessores, já menos thrash e distinto até do Black Album, Load representa uma mudança significativa na sonoridade do Metallica. O álbum é calcado em melodias rápidas e carregadas de guitarra, mesclando heavy metal, blues e até umas pitadas havaianas. Após o sucesso estrondoso do Black Album, que já fugia da zona de conforto, seria difícil o grupo manter o mesmo nível comercial no disco seguinte, porém eles acertam novamente. As insinuações de que a banda havia se vendido ficam cada vez mais fortes, mas isso não importa, eles estavam no auge. O álbum segue vendendo muito bem até os dias atuais – ainda que os headbangers mais saudosistas sigam fazendo sérias críticas. Eles não dão o braço a torcer, mesmo o disco sendo interessante. O grupo não vive somente do passado, e sua discografia prova isso: eles buscaram inovar e mesmo com alguns deslizes, com o tempo ganharam variados seguidores. A capa do disco é curiosa, uma foto que mostra sangue e sêmen em uma lâmina para microscópio. Ouça “Until It Sleeps”, “Bleeding Me”, “Cure” e “Mama Said”.

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