Angra e Jeff Scott Soto – uma noite do barulho em Curitiba, 13/04/2024
Por Elias Scopel Liebl
Mais uma vez teremos a chance de ficar frente a frente ao americano, Jeff Scott Soto, e nossos conterrâneos do Angra, a noite promete. Mas, antes tive a saga para chegar no local do show, Opera de Arame, havia outro evento na Pedreira Paulo Leminski, e aos arredores estava tudo um caos, acabei me atrasando e perdendo o show do guitarrista Luiz Toffoli. O Opera de Arame é um local muito bonito, e sempre tenho uma boa sensação ali dentro. Encontrei alguns velhos amigos, conversamos um pouco degustando algumas cervejas e fomos para poltrona assistir o acústico do Jeff Scott Soto (Yngwie Malmsteen, Talisman, Steel Dragon, Sons of Apollo…), juntamente com o guitarrista Léo Mancini (Noturnall, Shaman, Tempestt…). Sempre que assisto o JSS ao vivo tenho a impressão de que tudo é muito natural, ele sempre bebericando sua “caipirosca” e muito carismático no palco.
O acústico abriu com a música “Livin’ the Life” do filme “Rock Star”, seguiram com canções do “Talisman”, “Sons of Apollo”, “Wet” e carreira solo. Destaque para o cover do Kansas, “Carry on Wayward Son” com a participação do curitibano Renan Zonta, foi tudo de improviso e o resultado ficou muito bom. As duas últimas músicas foram do “Talisman”, o petardo “Crazy” e a clássica “I’ll be Waiting”, as duas tiveram uma ótima aceitação do público que fez um coro maravilhoso. Uma abertura digna e bem interessante, é sempre legal ter um show de aquecimento para a banda principal, os fãs agradecem.
Houve um intervalo um pouco prolongado entre a saída de JSS e entrada do Angra, mas nada que comprometesse a ansiedade dos fãs. Assim que iniciou a introdução “Crossing”, o público levantou das poltronas e muitos foram para a frente do palco. A banda entrou quebrando tudo com uma sequência: “Nothing to Say”, “Angels Cry” e “Newborn Me”, com essa trinca o grupo ganhou todos os presentes, e para um fã como eu, ainda da época de Andre Matos muitas emoções vieram à tona, além de já ter passado 19 anos desde a última vez que assisti o Angra ao vivo. Em alguns instantes o som do baixo de Felipe Andreolli sumiu, mas logo o problema foi resolvido. Mais uma da primeira fase, a belíssima e inigualável “Lisbon”, do disco “Fireworks (1998)”, antes de iniciar, Bittencourt homenageia o legado de Andre Matos. Seguiram com outras duas grande música do novo disco, “Vida Seca” e “Dead Man on Display”.
A banda está muito coesa ao vivo, é impressionante, sou apaixonado pela primeira fase do grupo, e com propriedade tenho que admitir, a formação atual é sem sombra de dúvida a melhor, se tratando de “conjunto” como um todo. As próximas músicas “Rebirth”, “Morning Star” e “Time” honraram toda a trajetória do Angra, em “Cycles of Pain”, Fabio Lione avisou a plateia que seria gravado um vídeo clipe, animando ainda mais todos os presentes no Opera de Arame, espero ver o resultado em breve. Nesse momento os músicos se retiram do palco, ficando somente Rafael Bittencourt para o acústico, primeiro executa “Silent Call” e posteriormente junto com Fabio, “Gentle Change”, o Angra não sabe brincar, é uma paulada atrás da outra, que banda meus amigos. Seguindo o espetáculo, as belas “Silence and Distance” e “Ride Into the Storm”, em “Bleeding Heart” Fabio pede para o público ligar as lanternas dos celulares, e para ajudarem a cantar, mesmo que na versão em português (versão feita pelo grupo de forró Calcinha Preta).
Chegou a hora de chamar JSS, que estava com sua “caipirosca”, sentado ao lado do palco em uma mesinha, junto com o empresário da banda, Paulo Baron. Anunciaram, “Tide of Changes” do novo álbum e na sequência o belo cover do Queen, “Show Must Go On”, que por sinal ficou animal. Finalizaram com o medley das grandiosas “Carry On/Nova Era”. Após o termino do show, os músicos pediram para que todos ficassem mais um pouco para gravar o vídeo clipe novamente da música “Cycles of Pain”.
Mais uma noite agradável, um show muito bem executado, com grandes músicas e ótimos músicos. Como eu sempre digo, “mais uma aula bem-sucedida” e o Angra não precisa provar nada para ninguém, sua importância na música mundial é certa, prova disso é fazer um show de quase 20 músicas e muitos clássicos ainda ficarem de fora. Gostaria de agradecer aos meus amigos mais uma vez pela parceria, Fuga (Na Mira do Rock) e Clovis (Acesso Music). Deguste Rock Na Mira do Rock!