50 anos de um clássico: “The dark side of the moon”

50 anos de um clássico: “The dark side of the moon”

Por Eduardo Coutinho Scalabrin

“The Dark Side of the Moon era
uma expressão de empatia política,
filosófica, humanitária
que estava louca para sair.” Roger Waters

Ao se abordar um clássico sempre se depara com toda uma fortuna crítica e vieses de distintas contribuições, claro, é isso que o torna um clássico! Com o álbum “The dark side of the
moon” dá-se o mesmo! É o oitavo álbum de estúdio da banda de rock progressivo Pink Floyd
(Roger Waters, Nick Mason, David Gilmour e Richard Wright), sendo lançado em 1 de março de
1973, depois de sete meses de gravação precedidos de uma longa gestação em turnês e ensaios…
No que tange ao conteúdo tem-se uma menor quantidade de instrumentais se comparado aos álbuns
anteriores, sendo que esta nova guinada deu-se muito pela crise recente que o Pink Floyd passara
com a saída de seu fundador, Syd Barrett, e a intenção de que deixassem as coisas mais claras e
diretas em suas músicas.

É o primeiro álbum em que todas as letras são assinadas por Roger Waters e como havia um
maior destaque para estas, tem-se um instrumental riquíssimo no que tange à diversidade de sons
(moedas caindo, batimentos cardíacos, uma pessoa correndo ao redor de um microfone,…), às
influências jazzistas remotas (acordes do “Kind of blue” de Miles Davis sendo relidas por Richard
Wright), à simultaneidade de efeitos (devido à complexidade deste quesito foi escolhido o Abbey
Road Studios, pois era o único na época com o recurso multicanal),… A temática das letras giram
em torno de desilusões do mundo adulto perante a possibilidade ou não de sermos humanizados,
mesmo sendo humanos, nas próprias palavras do letrista. Tem-se também o tema da ambição, da
fluidez do tempo, etc., mas tudo, segundo Waters, abordado de uma maneira atemporal…

Outra questão que ronda esse clássico é a lenda chamada “The Dark Side of the Rainbow”,
ou seja, que haveria uma sincronia entre o álbum “The dark side of the moon” e o filme “O mágico
de Oz” (“The wizard of Oz” – 1939), sendo que esta coincidência é rechaçada pelo próprio Pink
Floyd.

Deve-se também levar em conta a ideia de álbum conceito ao se tratar deste clássico do
rock, pois mesmo não tendo conhecimento desta definição, o quê forjou-se foi isso mesmo, nas
próprias palavras de Wright. Mas ao trabalhar um tema para todo o disco, o Pink Floyd não nos tira
o poder de imaginarmos e assim experimentarmos sentimentos e sensações fortes que nos fazem
encarar dilemas enormes em uma perspectiva estética.

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