Nada é permanente, exceto o legado!

Foto: Ross Halfin
Por Luiz W. (Fuga)
No universo artístico, em especial na música, uma despedida “dos palcos”, pode ser anunciada com o lançamento de uma “tour”, com um novo álbum, ou com um show. No caso de “hoje” temos um show derradeiro, nos moldes de um festival, mas tem muito mais envolvido…
Uma reunião de artistas e amigos de longa data, e outros que são “apenas do mesmo universo”, mas que foram influenciados diretamente pelos anfitriões: Ozzy e Black Sabbath, numa linda homenagem. Soma-se a isso, um evento beneficiente, apoiando instituições que cuidam de pessoas e crianças com comorbidades, essa foi a missão de Sharon Osbourne e seu time, realizada com muita seriedade, emoção e êxito!
Esta percepção vem de alguém, que está aqui escrevendo, depois de ter assistido com muita ansiedade (online), uma despedida histórica!
Dito isso:
– Desde domingo (um dia após o feito), estava pensando no que escrever, para poder dividir as percepções. Embora no programa de rádio Na Mira do Rock do dia 06/07, tenha rolado uma playlist baseada nas músicas originais executadas no evento, com algumas inserções sobre, que poderiam servir como base, achei insuficiente para a demonstração dos reais sentimentos!
Quando na segunda-feira à noite tinha feito 80% do texto, eis que algo acontece e deixo para terça-feira o término. Pasmem que neste dia o texto é deletado (acho que minha mente me “sabotou”, ou não) …
Então nesta quarta-feira, sinto que processei melhor meus sentimentos, não para narrar de “cabo a rabo” o que aconteceu, mas sim para mostrar, repito: – o que eu vi de “magicko”…
Para começar, ou continuar, rs, achei excepcional a escolha do lineup do evento: Mastodon, Rival Sons, Anthrax, Halestorm, Lamb of God, Super Grupo A, Alice in Chains, Gojira, Super Grupo B, Pantera, Tool, Slayer, Guns N´ Roses, Metallica.
Todos com suas canções autorais, ou quase todos, clássicos, e suas versões homenageando Ozzy e Black Sabbath que tiveram suas apresentações ao final, com um set lindo demais!

Foto: Ross Halfin
Vamos aos fatos:
Para o público brasileiro a participação logo no início, ainda no show do Mastodon, de Eloy Casagrande foi algo especial, sempre é bom ter um pouquinho “dos nossos”… E claro, ‘Supernaut’ – Sabbath, deu muito certo com eles!
Rival Sons, mandando bem demais, mostrando o porque de ser considerada uma das melhores bandas do estilo na atualidade, música escolhida do Black Sabbath: ‘Electric Funeral’.
Anthrax, tocou uma das minhas músicas favoritas de uns anos para cá, e certamente de muitos que não ficam só nos hits, foi uma baita execução de ‘Into The Void’.
Halestorm, tem na sua vocalista uma baita presença, Lzzy Hale, canta, toca e performa muito. Ainda que ‘Perry Mason’ do Ozzy não seja unanimidade, a sua escolha fechou direitinho, sou suspeito, pois minha memória afetiva, para o álbum Ozzmosis (1995), é bem presente… parabéns pela entrega da banda!
Lamb of God, executou uma das minhas preferidas na história do Sabbath, ‘Children Of The Grave’, porém parece que faltou algo, talvez porque esperava um vocal a altura do Rob Zombie, mas daí é querer demais né? Acredito eu que vocês saibam do que eu falo: – sim aquela versão do tributo Nativity In Black, do início dos anos 90, o White Zombie deixou ela irada!
A primeira “JAM” do evento, reuniu muitas estrelas, fazendo versões para clássicos do Ozzy e Black Sabbath: ‘Ultimate Sin’, ‘Shot In The Dark’ do Ozzy, ‘Sweet Leaf’ do Sabbath, depois ‘Believer’e ‘Changes’ do Ozzy, essa última tendo o “sangue novo” – Yungblud nos vocais, emocionando Sharon Osbourne… o guri realmente tem talento… bora ver os próximos capítulos, desejamos que tenha um presente/futuro promissor!
O Super Grupo contou também com o talento de Lzzy Hale, David Draiman, Whitfield Crane (boas lembranças dele no Ugly Kid Joe), Jake E. Lee (lendário guitarrista do Ozzy), Mike Bordin (batera que também fez parte da banda de Ozzy, por um bom período), David Ellefson, Adam Wakeman (tecladista do Ozzy), Nuno Bettencourt (botando toda sua virtuose em campo), Scott Ian, Frank Bello e Sleep Token II… Que mix hein?!
O evento continuou com Alice In Chains, algumas canções suas e a “sabbathica”, ‘Fairies Wear Boots’.
Gojira, com ‘Under The Sun’, ficou massa demais.
Seguidos pelo Super Grupo B, que executou alguns clássicos do rock mundial, e mandou bem com algumas do Sabbath e logicamente do Ozzy, segura então as dos patrões: ‘Symptom Of The Universe’ e ‘Snowblind’ do Black Sabbath, além de ‘Flying High Again’ e a poderosa, relembrando a época juvenil deste que escreve aqui, ‘Bark At The Moon’, cantada pelo Papa V Perpetua (Tobias Forge), essas últimas, é claro, do “Madman”…
Neste grupo, além de Tobias Forge, já citado, estavam Nuno e Wakeman, que estavam no grupo anterior e “novas figuras”: Billy Corgan, Sammy Hagar, Steven Tyler (em excelente forma, o seu repouso lhe fez muito bem rapaz, que você volte logo…), Tom Morello (The Boss), Rudy Sarzo (baixista que já acompanhou/gravou com Ozzy, ele era muito chegado do saudoso Randy Rhoads, que certamente foi lembrado várias vezes no evento) – eu percebi: inclusive na performance de Jack Black em estúdio, com aquela “moçadinha”, tocando Mr. Crowley!
É tanta coisa para se falar gente, o grupo ainda tem Travis Barker, com a camiseta mais irada do evento, tendo uma arte baseada nas tattoos do Ozzy – quero uma, rs, Chad Smith, Danny Carey, K.K. Downing, Adam Jones, Vernon Reid, Ron Wood e Andrew Watt, ufaaa!
Pantera, tocando ‘Planet Caravan’ e ‘Electric Funeral’, e dois de seus clássicos, fizeram o ator, apresentador do evento, Jason Momoa, ir para galera em Walk… sim, lá no meio!
Tool, com ‘Hand Of Doom’, seguidos de Slayer com ‘Wicked World’, contribuíram muito bem.
Acredito que nessa altura do evento, baseando-se na minha ansiedade, rs, a gente não queria mais nada, além dos “mestres”, acho que me entenderam né?
Guns N’ Roses, teve quatro músicas do Sabbath em seu set, achei algo “muito louco”… podia falar mais aqui, inclusive de “algumas” que não fecharam com a voz do Axl… mas enfim, valeu bastante pelo instrumental, destaco ‘Sabbath Bloody Sabbath’ das executadas, pra mim, um dos maiores clássicos dos anfitriões!
Bom, chegamos no Metallica, que veio com seus grandes hits, mas antes delas detonou, no bom sentido da palavra, com “a dos mestres”: ‘Hole In The Sky’. Para alguns a surpresa veio por conta de ‘Johnny Blade’, do álbum Never Say Die, uma legítima lado B, que estava no meio do set, mas por um lado, que bom que o Metallica “saiu do óbvio”… assim que se faz tributo, também!
Ozzy, ele merece muitas linhas, mas não consigo expressar muito mais aqui, “apenas” dizer que ele fez melhor que a maioria imaginou, com todas suas limitações, na cadeira, nos deu um presente que jamais será esquecido, se você não viu, procure e veja, ouça e se emocione com: ‘I Don’t Know’, ‘Mr. Crowley’, ‘Suicide Solution’, ‘Mama I’m Comming Home’ e ‘Crazy Train’… Zakk Wylde brilhou ao seu lado, tenho certeza que Randy Rhoads de onde está, ficou muito feliz!
Por fim, não menos importante, e sim, o mais importante para a maioria de nós: A reunião dos caras que criaram o Heavy Metal, depois de mais de vinte anos, na cidade deles, Birmingham, Inglaterra, no estádio Villa Park, para vivermos juntos: ‘Back To The Beginning’!
E com elas, a gente presenciou um ponto final, que ficará eternizado em nossos corações:
‘War Pigs’, ‘N.I.B.’, ‘Iron Man’ e ‘Paranoid’
Obrigado Black Sabbath, obrigado Ozzy!







