Motörhead  – Bastards (1993)

Motörhead  – Bastards (1993)

Por Elias Scopel Liebl

Liderado por Lemmy Kilmister, o Motörhead volta às origens no disco Bastards, com um som pesado e brutal. Este mês o disco completa 29 anos. A produção ficou a cargo de Howard Benson.

Mas, como nem tudo é um mar de rosas, o final dos anos 80 e início dos anos 90 foram turbulentos para o grupo. Ainda nesse período, Lemmy estava tentando reestruturar a formação da banda que contava também com os guitarristas Würzel e Phil Campbell e o baterista recém-chegado, Mikkey Dee (ex King Diamond e atual Scorpions). Vale lembrar que, devido a desentendimentos com a gravadora Sony, eles lançam este disco por um pequeno selo alemão – o que dificultou ainda mais as coisas, pois o disco só saiu no mercado alemão.

Mas, como Motörhead é uma banda de estrada e de puro Rock’n’Roll, eles tiram de letra esses desafios, compondo um disco pesado e cheio de energia. O álbum abre com um soco no meio da cara, com “On Your Feet Or On Your Knees”, que traz boas críticas sociais. Na sequência, outra destruição, “Burner”, e é aí que percebemos porque Mikkey nunca mais saiu da banda. “Death Or Glory” e “I Am The Sword” vêm como temas sobre a guerra, esta última com um riff bem marcante. “Born To Raise Hell”, composta por Lemmy, só podia ser 100% Rock’n’Roll. Bela canção para bater cabeça e, na versão do single, trouxe a participação de Ice-T e Whitfield Crane (Ugly Kid Joe). Outra composta por Lemmy prova que nem só de distorção vive o Motörhead: “Don’t Let Daddy Kiss Me” fala sobre pedofilia.

Lemmy cita em algumas entrevistas que gostaria que Joan Jett e Lita Ford (cantoras) tivessem participado da gravação, mas infelizmente não aconteceu. Seguimos com “Bad Woman” e “Liar”, com melodias bem características do grupo. “Lost In The Ozone” é cheia de nuances, o que dá um respiro ao disco. São esses detalhes, junto com a barulheira, que deixam o som do Motorhead ainda mais interessante e genuíno.

Guitarras mais groovadas, temos também: “I’m Your Man”. “We Bring The Shake” segue a linha de sempre da banda, ótima para tocar ao vivo. Encerrando o disco, “Devils” cavalga no Heavy Metal tradicional, cheio de intensidade, apesar de Lemmy não gostar do termo Heavy Metal – sorry, Lemmy! Fazendo um adendo, nessa época, ou melhor um pouco antes, Lemmy compôs com Ozzy Osbourne algumas canções para o disco solo de Ozzy, No More Tears, canções que viriam se tornar clássicos absolutos: “I Don’t Want To Change The World”, “Mama, I’m Coming Home”, “Desire” e “Hellraiser”.

Por fim, só temos a agradecer por mais um ótimo trabalho. Talvez seja o melhor disco do grupo nos anos 90. Comece por esse, mas não deixe de ouvir também os clássicos da banda dos anos 70 e 80. Deguste Rock na Mira do Rock!

“We are Motörhead and we play Rock’n’Roll”

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